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Segurança pública, climática e digital e a proteção do espaço cívico no país estão entre os destaques
Com a proximidade das eleições, a participação e o engajamento cívico serão fundamentais para a escolha de representantes comprometidos com a defesa do regime democrático. Em um país violento e desigual, é fundamental discutir quais as prioridades apresentadas pelas candidaturas e quais os caminhos serão escolhidos para avançar na construção de um país mais seguro e inclusivo.
Com o objetivo de defender e de fortalecer caminhos democráticos para o enfrentamento dos desafios do país, o Instituto Igarapé lança hoje (23/08), a mobilização Nosso #VotoPelaDemocracia. Como parte da iniciativa, o Igarapé apresenta dez pontos para orientar a discussão das propostas apresentadas pelas candidaturas para as Eleições de 2022 nas áreas da segurança pública, climática, digital e da proteção do espaço cívico no país.
“A construção de um país menos desigual e mais seguro depende do resgate e do fortalecimento da nossa capacidade de criação de consensos, em um processo que requer diálogo e respeito por oponentes políticos e críticos. Queremos fortalecer o debate de modo a colocar a proteção da vida e do interesse público de volta ao centro de nossas políticas”, afirma Michele dos Ramos, gerente de Advocacy do Instituto Igarapé. “A democracia e a garantia de direitos exigem esforços coletivos, a inclusão e o debate entre grupos diferentes, além do engajamento e monitoramento constantes das ações dos governantes”, alerta.
Confira abaixo a checklist Nosso #VotoPelaDemocracia.
Segurança climática
A análise pelo Instituto Igarapé das operações da Polícia Federal realizadas na Amazônia Legal ao longo dos últimos anos revela as dimensões do escopo, escala e dinâmica de diversas atividades que comprometem a segurança na região, incluindo grilagem de terras, extração ilegal de madeira e mineração ilegal do ouro. Tais atividades funcionam por meio de um verdadeiro ecossistema de crimes ambientais e não-ambientais a eles conexos, tais como fraude, corrupção, lavagem de dinheiro, crimes violentos, posse de armas, trabalho escravo, entre outros. Esse ecossistema de crimes coloca em risco a floresta e as populações que vivem na região. A candidatura apresenta propostas para reverter esse cenário de violência e insegurança na Amazônia, garantindo a proteção das populações da região e da floresta?
Saiba mais em:
O ecossistema do crime ambiental na Amazônia: uma análise das economias ilícitas
da floresta, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2022/03/AE-55_O-ecossistema-do-crime-ambiental-na-Amazonia.pdf
Mapeando Crimes Ambientais na Amazônia, disponível em: https://ecocrime.novo2025.igarape.org.br/
Guia de proteção a defensoras de direitos humanos e meio ambiente, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2022/04/Guia-de-protecao-a-defensoras-de-direitos-humanos-e-meio-ambiente-Instituto-Igarape.pdf
carbono e em caminhos para o desenvolvimento sustentável?
Soluções para o desenvolvimento sustentável englobam um leque de diferentes ações, incluindo a transparência das cadeias produtivas, o uso racional dos recursos, o fortalecimento das fontes de energia renováveis e a redução das desigualdades em diversas dimensões. Esse leque requer uma atuação conjunta e efetiva entre todos os atores da sociedade: governos, setor privado e sociedade civil. Propostas de investimento na economia de baixo carbono e no fortalecimento do desenvolvimento sustentável são abordadas pela candidatura?
Saiba mais em:
Verde, Limpo e Seguro: dimensões e métricas para a agricultura brasileira no século 21, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2022/01/Verde-Limpo-e-Seguro.pdf
Soluções tecnológicas para rastreabilidade da cadeia de suprimentos na Amazônia brasileira: oportunidades para o setor financeiro, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/solucoes-tecnologicas-para-rastreabilidade-da-cadeia-de-suprimentos-na-amazonia-brasileira-oportunidades-para-o-setor-financeiro/
Segurança pública
A política de controle de armas e munições é central para a segurança e para a democracia. O Estado precisa controlar e fiscalizar armas e munições a fim de evitar que elas caiam na ilegalidade e sejam utilizadas na criminalidade. Desde 2019, contudo, o governo federal tem facilitado acesso a grandes quantidades de armas e munições, incluindo o acesso a armas que até então eram de uso restrito às forças de segurança. Além de irem na contramão das evidências sobre o controle de armas e munições na redução da violência armada, as medidas de facilitação do acesso às armas vão na contramão do que quer a maior parte da população brasileira: mais de 70% não acredita que a sociedade seria mais segura caso as pessoas andassem armadas. Com isso em mente, a candidatura se compromete a restabelecer e fortalecer o controle de armas e munições no país?
Saiba mais em:
Agenda Segurança Pública é Solução, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/agenda-seguranca-publica-e-solucao/
Regulação de Armas e Munições, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/temas/seguranca-publica/regulacao-de-armas-e-municoes/
Boletim Descontrole no Alvo 1 – A flexibilização do acesso a armas e munições em análise pelo STF, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2021/09/2021-09-17-v2-boletim-1-Descontrole-no-alvo.pdf
Boletim Descontrole no Alvo 2 – Mais grupos armados, menos fiscalização,
disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2022/07/2021-10-20-Boletim-Descontrole-no-Alvo-2-v2-CACs.pdf
Boletim Descontrole no Alvo 03 – Amazônia no Alvo , disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2022/07/2022-07-15-Boletim-Descontrole-no-Alvo-3-Amazonia-no-Alvo.pdf
Uma pessoa negra tem quase duas vezes mais chances de ser assassinada do que uma pessoa não negra no Brasil. Mulheres indígenas e negras têm 3,3 e 1,7 vezes mais chances de serem assassinadas em comparação às mulheres brancas. De 2000 a 2020, o assassinato de mulheres brancas por armas de fogo diminuiu em 46%, enquanto o de mulheres negras aumentou em 64%. Meninas e adolescentes de até 14 anos representam 58% dos quase 35 mil casos de violência sexual registrados em 2020. Somos também um país com altos índices de violência contra a população LGBTQIA+: em 2021, 140 pessoas trans foram assassinadas. O Brasil ocupa a quarta posição entre os países que mais matam defensores ambientais no mundo. A candidatura defende ações de proteção e prevenção que considerem os grupos mais afetados por diferentes formas de violência no país?
Saiba mais em:
Agenda Segurança Pública é Solução, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/agenda-seguranca-publica-e-solucao/
Agenda Rio Seguro, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/agenda-rio-seguro/
Evidências sobre Violências e Alternativas para mulheres e meninas, disponível em: https://eva.novo2025.igarape.org.br/
Guia de proteção a defensoras de direitos humanos e meio ambiente, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2022/04/Guia-de-protecao-a-defensoras-de-direitos-humanos-e-meio-ambiente-Instituto-Igarape.pdf
Portal Para Liberdade, disponível em: https://portalparaliberdade.novo2025.igarape.org.br/
Dados retirados do relatório Last Line Of Defence da ONG Global Witness. Disponível em: https://www.globalwitness.org/en/campaigns/environmental-activists/land-and-environmental-defenders-annual-report-archive/
Em uma democracia, as polícias são fundamentais para a prevenção da criminalidade e para a proteção e garantia de direitos. Por essa razão, suas atuações não podem ser orientadas por entendimentos de justiça que permitam o descumprimento das leis e a violação de direitos. O Brasil possui grandes desafios associados aos altos índices de letalidade e vitimização policiais, que precisam ser revertidos a partir do compromisso com uma série de ações que vão desde elaboração de políticas de segurança pública baseadas em evidências, que reduzam a lógica do enfrentamento na ponta como estratégia prioritária, até a melhoria das condições de trabalho destes profissionais (destaque feito à agenda de atenção à saúde física e mental). A candidatura se compromete a investir, profissionalizar e fortalecer a atuação das polícias na garantia dos direitos da população?
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Valorização policial, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/temas/seguranca-publica/valorizacao-policial/
O reconhecimento como um estímulo a boas práticas: uma agenda de valorização policial, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2021/03/2021-03-24-Agenda-Valorizacao-Policial-.pdf
Segurança digital
Atualmente, 70% da população brasileira está conectada à internet. Acompanhando esse alto percentual de conexão, fraudes, espionagens e outros crimes cibernéticos estão cada vez mais sofisticados e demandam soluções multissetoriais. Um estudo do Instituto Igarapé realizado a partir de consultas com representantes dos setores público, privado, financeiro, forças armadas e sociedades civil identificou frentes prioritárias para a proteção digital, incluindo a capacitação e letramento em segurança digital para a população; o combate à desinformação e a cibercrimes (ex: fraudes e pornografia infantil) e o fortalecimento da proteção de infraestruturas críticas (ex: sistemas bancários, de energia e telecomunicações). A candidatura está comprometida com ações para proteger o país de ataques cibernéticos e para fortalecer uma cultura de segurança digital?
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Mapeamento de Riscos Digitais: uma agenda multissetorial para a segurança digital
no Brasil, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2021/04/Agenda-Seguranca-Digital.pdf
O Brasil é um dos países que mais sofrem com ataques cibernéticos e, com o processo de digitalização acelerado pela pandemia, o desafio da segurança digital tornou-se ainda mais urgente. Seja em muitas das nossas atividades diárias ou no funcionamento das cidades onde vivemos, redes estáveis e seguras são fundamentais. O Instituto Igarapé mapeou uma série de iniciativas multissetoriais para mitigar os desafios deste ecossistema digital e construir um ambiente digital mais seguro, resiliente e saudável. A candidatura se preocupa em preparar o Brasil e a sociedade brasileira para navegarem no mundo digital de forma segura?
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Portal Brasileiro da Cibersegurança, disponível em: https://ciberseguranca.novo2025.igarape.org.br/
A desinformação está entre os maiores riscos digitais no Brasil. O monitoramento dos ataques ao espaço cívico no Brasil realizado pelo Instituto Igarapé também mostra que as fake news e as campanhas de desinformação estão entre as táticas mais usadas para ameaçar a democracia brasileira. A disseminação de discursos de ódio e de incitação à violência, além da difamação e perseguição de adversários políticos ameaçam a pluralidade de ideias, gerando consequências graves para o ambiente democrático. É preciso diferenciar a liberdade de expressão de discursos estigmatizantes e de ataques às instituições que incitam, por exemplo, o ódio e a violência contra atores centrais para a democracia, como a imprensa, a academia e movimentos e organizações da sociedade civil. A candidatura tem propostas para conter e combater a disseminação de fake news e campanhas de desinformação sobre temas centrais para a democracia brasileira?
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Mapeamento de Riscos Digitais: uma agenda multissetorial para a segurança digital
no Brasil, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2021/04/Agenda-Seguranca-Digital.pdf
Boletim GPS do Espaço Cívico, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/wp-content/uploads/2022/03/Boletim-GPS-do-Espaco-Civico-5.pdf
Tentativas de silenciamento de opositores, redução dos espaços de participação popular nos conselhos de políticas públicas, criminalização da sociedade civil e violações de direitos e liberdades de grupos vulnerabilizados têm se intensificado no Brasil. Dentre as táticas mais utilizadas para limitar a discordância e a pluralidade de ideias, estão a intimidação e o assédio, além da violação de direitos, em especial de pessoas negras, mulheres, da população LGBTQIA+ e dos povos indígenas. Em conjunto, essas violações reduzem o espaço cívico no país e limitam as possibilidades de diálogo, debate e construção de consensos mínimos, fundamentais para que a nossa democracia possa responder aos desafios reais da população. É preciso garantir o direito da sociedade de colaborar na elaboração de políticas públicas, fortalecendo a troca de dados e evidências para orientá-las. Considerando tais fatos, a candidatura se compromete a promover um amplo diálogo na construção de políticas públicas?
Saiba mais em:
Agenda – O Espaço Cívico é o Nosso Espaço, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/temas/espaco-civico/agenda-do-espaco-civico/
Boletim GPS do Espaço Cívico, disponível em: https://novo2025.igarape.org.br/temas/espaco-civico/gps-do-espaco-civico/
Em uma democracia, o sigilo deveria ser a exceção e a publicidade dos dados – especialmente os de interesse público – a regra. Apesar disso, a transparência governamental tem sofrido retrocessos. Para além das diversas tentativas de modificar a legislação sobre o tema, em 2020, somente 53,7% dos pedidos feitos com base na Lei de Acesso à Informação foram aceitos.
A transparência governamental ativa na disponibilização de dados, incluindo dados sobre gastos públicos, garante o monitoramento da atuação do Estado pela sociedade. A candidatura defende e incentiva a transparência governamental e o livre acesso à informação sobre políticas públicas?
Saiba mais em:
Agenda – O Espaço Cívico é o Nosso Espaço, disponível em: http://novo2025.igarape.org.br/temas/espaco-civico/agenda-do-espaco-civico/
Para entrevistas, por favor entrar em contato através do e-mail: press@novo2025.igarape.org.br.
Sobre o Instituto Igarapé:
O Instituto Igarapé é um think and do tank independente focado nas áreas de segurança pública, climática e digital e suas consequências para a democracia. Seu objetivo é propor soluções e parcerias para desafios globais por meio de pesquisas, novas tecnologias, comunicação e influência em políticas públicas.
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