Em defesa de um multilateralismo eficaz e inclusivo
A defesa de um multilateralismo renovado tem se refletido em diferentes vertentes do Igarapé. Desde 2020, somos a única organização brasileira que apoia diretamente o Secretário-Geral da ONU para fortalecer a cooperação global.
Na iniciativa Nossa Agenda Comum, para revitalizar a governança global frente a crises simultâneas de paz, meio ambiente e desenvolvimento, o Igarapé liderou o engajamento com a sociedade civil, governos, filantropia e o setor privado. Organizamos uma consulta digital, reunindo 1.759 especialistas em 147 países, que gerou 523 propostas para enfrentar desafios novos e emergentes.
A presidente do Igarapé, Ilona Szabó, foi integrante do Conselho Consultivo de Alto Nível sobre Multilateralismo Eficaz (HLAB, na sigla em inglês), no qual coliderou o grupo dedicado à governança climática. O relatório do HLAB apresentou recomendações concretas para a Cúpula do Futuro, realizada em Nova York em 2024, onde estivemos presentes, reforçando a urgência de instituições multilaterais mais ágeis, legítimas e conectadas às realidades locais.
A convicção de que apenas a cooperação multilateral pode responder às questões complexas e interdependentes que marcam o nosso tempo vem desde o início da nossa história, quando atuamos junto às Nações Unidas na agenda de Paz e Segurança. O Instituto trabalhou pela inclusão do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16 — paz, justiça e instituições eficazes — na Agenda 2030.
Temos como um de nossos princípios promover a integração de perspectivas do Sul Global em debates internacionais sobre financiamento climático e governança global. Durante a presidência brasileira do G20, em 2024, o Igarapé teve papel estratégico na produção de insumos para a elaboração dos Dez Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia, refletidos na declaração final do grupo das maiores economias do mundo.
Fomos também uma das lideranças no grupo de think tanks (T20), contribuindo para que propostas concretas de fortalecimento da cooperação global e dos investimentos voltados ao enfrentamento das mudanças climáticas – com foco na reforma da arquitetura financeira internacional – chegassem aos chefes de Estado. E temos contribuído com a sugestão do governo brasileiro de criação de um Conselho Global de Clima e Natureza.
Atuamos junto a organizações multilaterais, agências bilaterais e organizações não governamentais na cooperação Sul-Sul entre as Américas, a África e a Ásia. Ao longo desses anos, o Igarapé tem sido uma ponte entre diferentes atores globais, oferecendo análises, propostas e articulações estratégicas com o objetivo de contribuir para soluções inovadoras capazes de enfrentar os maiores desafios do século 21.